TST marca audiência para Eletrobras e sindicatos

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Por R7 de Estadão Conteúdo

O Tribunal Superior do Trabalho/TST marcou para a próxima segunda-feira, 29/07, às 14h, uma audiência de conciliação entre a Eletrobras e os sindicatos ligados aos trabalhadores da estatal federal para retomar as negociações sobre o acordo coletivo 2013/2014. “O TST não concedeu a abusividade da greve solicitada pela estatal”, afirmou o diretor de Negociações Coletivas do Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro/Senge-RJ, Gunter de Moura Angelkorte. A audiência, que irá ocorrer em Brasília, foi marcada pelo presidente do TST, ministro Carlos Alberto Reis de Paula, ontem, 24/07.

Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro/Sintergia, Urbano do Vale, as áreas jurídicas ainda estão tomando conhecimento da proposta de dissídio coletivo ajuizada pela Eletrobras na última segunda-feira, 22/07, no TST. Embora não revele o teor da proposta, a estatal federal informou por meio de nota que “espera, com tal medida, a retomada das atividades paralisadas em todas as suas empresas”. De 80% a 90% dos 28 mil funcionários do Grupo Eletrobras estão em greve por tempo indeterminado desde o último dia 15/07.

“A empresa saiu da esfera política para a esfera jurídica. Naturalmente, vamos ter que adotar a mesma estratégia”, afirmou Vale. A última rodada de negociações havia ocorrido na última sexta-feira e acabou em novo impasse. No encontro, o diretor-presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, e o diretor de Administração, Miguel Colasuonno, apresentaram uma nova proposta válida por dois anos, ou seja, até 2015, o que foi interpretado pelos sindicatos como um movimento para evitar a discussão sobre o reajuste salarial durante a campanha eleitoral para a presidência e para os governos estaduais em 2014.

Segundo Vale, a Eletrobras teria proposto reajustar imediatamente os salários em 6,49%, recompondo a inflação dos 12 meses anteriores a maio de 2013, e promover um novo aumento de 1,5% em janeiro do ano que vem. Em maio de 2014, a companhia também repassaria aos empregados a inflação apurada entre janeiro e abril de 2014.

Os termos da oferta, contudo, não foram aceitos pelas entidades, e a Eletrobras retirou a proposta. No encontro, os executivos afirmaram que entrariam com a ação no TST e pediriam à Justiça que decretasse a abusividade da greve, o que implicaria fim imediato da paralisação.

Protesto no Rio

Os empregados do Grupo Eletrobras voltaram a protestar pelas ruas do Rio de Janeiro na hora do almoço. Em torno de 200 a 300 funcionários partiram da sede da empresa, na Avenida Presidente Vargas, e rumaram à Cinelândia pela Avenida Rio Branco, uma das principais vias do centro do Rio.

Aos gritos de “Dilma e Lobão, ou negocia ou vai ter o apagão” e “Isso não se faz, estão querendo acabar com a Eletrobras”, os funcionários fizeram críticas ao Ministério de Minas e Energia, ao Ministério do Planejamento e à diretoria atual da Eletrobras. Até o papa Francisco, em visita ao Brasil por causa da Jornada Mundial da Juventude no Rio, foi citado pelos sindicalistas como o exemplo de austeridade para a administração da Eletrobras, “que deveria cortar as suítes presidenciais e os voos caros”.

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