O presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), Francisco Lemos, fala aos aeroportuários/as e à população brasileira sobre a posição da entidade em relação à paralisação convocada pelas centrais sindicais do país, inclusive a Central Única dos Trabalhadores (CUT), para o próximo dia 28. Veja o vídeo e o texto desse pronunciamento, na íntegra, logo abaixo.
“É obrigação nossa, do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), alertar a categoria sobre o que vem acontecendo no Brasil, embora eu acredite que todo mundo já vem acompanhando que a classe trabalhadora desse país está sendo desvalorizada, desrespeitada e descartada neste momento como força da economia. A força do investidor produtivo está ficando em segundo lugar e, consequentemente, o trabalhador vai para o mesmo caminho.
Temos que ter ações que mandem um recado forte para esse governo de que o trabalhador não deve ser descartado, pois é a força principal de produção, de crescimento de uma sociedade. E isso ficou muito claro com essas “reformas” da Previdência, a Trabalhista – que deverá ser votada esta semana –, e outras reformas que vêm por aí.
Eu acredito que, assim como outras categorias, os aeroportuários irão reagir, porque se não os nossos filhos, os nossos netos não nos perdoarão no futuro.
Agora vamos trazer a coisa pra a nossa realidade aeroportuária. Nós temos esse ano a data-base para negociar, em primeiro de maio. As pautas já estão entregues. Isso tudo num momento em que a gente tem uma luta enorme. Parece que a questão do aeroportuário é uma batalha, mas essa batalha tem que ser guerreada, nós temos que ir pra cima. Não podemos baixar a cabeça nesse momento e ficar esperando que caia do céu alguma providência divina, porque não vai cair. Os desafios são grandes, e é obrigação desse Sindicato alertar sua categoria como todos os sindicatos estão fazendo. É com luta. Não tem outra saída. Só a luta pode restabelecer aquilo que estão querendo tirar da gente.
Especialmente na categoria aeroportuária, estão querendo tirar ainda mais. Sangue já tiraram. Suor já levaram. Agora, estão querendo tirar a alma do aeroportuário.
A pergunta que muita gente tem feito ao Sindicato é que a gente se posicione em relação ao próximo dia 28 de abril, aonde as centrais sindicais estão convocando uma grande paralisação. Eu acho que isso não é uma paralisação somente do trabalhador; essa paralisação é do cidadão. Eu acredito que todo mundo que está comprometido com a classe trabalhadora, aqueles que ainda acreditam que são trabalhadores e não empreendedores ou colaboradores, pois isso é conversa, é balela que colocam no seu ouvido, na sua cabeça. Nós somos trabalhadores, e trabalhador, na história do mundo, na história do trabalho, só consegue reverter uma situação dessa se for pra luta. E começar uma luta tem que ser cruzando os braços.
Então, a orientação do Sindicato para o dia 28 é que cada um reflita e converse com sua família, e fique em casa se assim desejar. Agora, se você acha que está sendo realmente um estorvo, se você acha que está sendo uma carga para a sociedade brasileira, eu acho que você deve compactuar com esse governo e aceitar todas essas “reformas”. Eu, Lemos, não aceito. Antes de ser presidente de sindicato, eu sou trabalhador, então eu vou cruzar os braços dia 28. E você?”