Pai de menina que caiu no Galeão diz que proteção estava sem vidro

No sábado, Camila sofreu queda de altura de 7 metros no Terminal 2.
A garota, uma argentina de 3 anos, está no Hospital Souza Aguiar.

Pai diz que guarda corpo do Galeão estava sem vidro que que lixeira foi colocada no local após queda (Foto: Paulo Araújo/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)

Pai diz que guarda corpo do Galeão estava sem vidro que que lixeira foi colocada no local após queda (Foto: Paulo Araújo/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)

 

O argentino Marcelo Alejandro Palacios, pai de Camila, a menina de 3 anos que sofreu uma queda de 7 metros no Terminal 2 do Aeroporto Tom Jobim, o Galeão, na Ilha do Governador, no Rio, neste sábado (4), contou ao G1 na tarde deste domingo (5) que ela caiu porque o guarda-corpo onde encostou não tinha vidro de proteção. Segundo ele, a família estava na fila de uma lanchonete quando os outros dois filhos alertaram que a menina havia caído.

“Ouvi um barulho muito forte, depois o grito dos meus filhos. Achei na hora que ela estivesse morta, não desejo essa sensação para ninguém”, contou. Segundo Palacios, o atendimento no aeroporto e no hospital foram “satisfatórios” e o estado de saúde da filha, nesta tarde, era considerado estável.

O argentino contou ainda que, após a queda, um cinzeiro foi colocado no local sem vidro para evitar outros acidentes e que ouviu das pessoas no Galeão que já ocorreram outros problemas no local. “O aeroporto está sendo remodelado, tem muitos fios soltos”, disse.

De acordo com a Infraero, o cinzeiro já ficava no local – onde não há obras – e apenas uma fita foi colocada na área para esperar a perícia. A estatal afirmou ainda que nunca houve nenhum outro incidente no local que, por ficar ao lado de escada rolante, não deve ter crianças desacompanhadas dos pais. A Infraero diz que está prestando toda a assistência à familia de Camila.

Apoio do  consulado
Representantes do Consulado da Argentina estiveram no Hospital Souza Aguiar na tarde deste domingo para prestar apoio aos parentes da menina. O pai da vítima usou o celular dos agentes para entrar em contato com familiares na Argentina e explicar o incidente.

Segundo Palacios, a família voltava de uma temporada em Angra dos Reis e passou apenas um dia no Rio. Após a queda, a família foi colocada em um hotel pela Infraero. Ele espera poder enviar seus dois filhos para a Argentina em breve. Questionado se moveria alguma ação judicial contra o aeroporto, o argentino disse que vai esperar sua filha se recuperar para avaliar a situação. “Depois veremos a responsabilidade de cada um.”

A queda
A  menina caiu de uma altura de 7 metros em um vão do Terminal 2 do Aeroporto do Galeão. Segundo informações da Secretaria municipal de Saúde (SMS) divulgadas nesta manhã, ela teve traumatismo craniano e na face.

Ainda de acordo com a secretaria, a menina ficou no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Souza Aguiar. O acidente ocorreu por volta das 17h de sábado (4), no momento em que Camila brincava com dois irmãos em uma área próxima da escada rolante no segundo andar do terminal.

De acordo com a Polícia Civil, uma perícia foi realizada no local.

Após acompanhar a menina ao hospital, o médico da Infraero foi ouvido pela polícia. Os pais da criança contaram que o filho mais velho gritou por socorro quando a irmã já tinha caído.

Polícia instaurou inquérito
A Delegacia do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro instaurou inquérito para apurar crime de lesão corporal.  A autoridade policial da especializada ouviu os pais da vítima, funcionários da Infraero e também o médico que atendeu a criança. Imagens de câmeras de segurança do aeroporto estão sendo analisadas. A polícia também procura possíveis testemunhas que possam ajudar a esclarecer o caso.

Fonte: G1.com

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