Decisão vale para equipamentos em modo avião; empresas precisarão provar que não há interferência
Por RICARDO GALLO para Folha de S. Paulo
Está com os dias contados a restrição ao uso de aparelhos eletrônicos nos aviões na decolagem e no pouso — primeiro nos EUA e, mais adiante, também no Brasil.
Ontem, 31/10, a FAA (agência federal de aviação dos EUA) anunciou que as empresas locais estão autorizadas a expandir a utilização de eletrônicos para todas as fases do voo.
Isso significa que videogames, tablets e celulares não precisarão mais ser desligados quando o avião está prestes a decolar ou pousar.
Todos poderão funcionar desde que em modo avião, em que não há transmissão de sinal — continua proibido fazer chamadas ou se conectar à internet via celular.
O início depende de comprovação das empresas de que seus aviões são seguros o suficiente para tal — a FAA estima que as primeiras autorizações saiam no fim do ano.
A única condição é que os eletrônicos devem estar guardados, mesmo ligados, no bolso do assento que fica à frente do passageiro, durante a decolagem e o pouso.
A regra valerá para voos domésticos e internacionais de companhias americanas; assim, empresas como American/US Airways, United e Delta poderão expandir o uso de eletrônicos em seus voos para o Brasil, por exemplo.
Até hoje, o uso de aparelhos móveis, como celulares, tablets e computadores, era proibido durante decolagem e aterrissagem, já que se presumia uma interferência que ofereceria um risco a esses momentos, críticos para a operação da aeronave. A liberação se dá a partir de 3.048 metros, ou 10 mil pés.
O anúncio de ontem foi o resultado de um grupo de trabalho formado em 2012 por empresas aéreas, fabricantes de aeronaves, pilotos, comissários de bordo e a indústria de equipamentos eletrônicos.
A comissão foi uma resposta à pressão nos últimos anos pela liberação de eletrônicos em todo o voo.
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A tendência é que a medida seja progressivamente expandida para todo o mundo.
Sem dar prazos, a Agência Nacional de Aviação Civil/Anac disse que seguirá as recomendações da FAA — com quem tem acordo de cooperação técnica — e também simplificará a liberação de equipamentos eletrônicos.
Tal como ocorrerá a partir de agora nos EUA, as companhias brasileiras precisarão comprovar que seus aviões são imunes a interferências.
Até lá, as restrições atuais continuam a valer.