O presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), membro titular do Comitê Mundial da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transporte (ITF) e diretor de Relações Internacionais da Fentac/CUT, Francisco Lemos, fez um balanço do mandato da Federação e apontou os desafios dos trabalhadores na aviação na atual conjuntura do país.
Lemos mostrou bastante preocupação com a configuração do Congresso Nacional, falou sobre o “novo perfil” dos empresários do setor aéreo e também como espera ver a Fentac/CUT em 2017.
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Portal FENTAC: Como você avalia este momento político tenso que o Brasil vive?
Francisco Lemos: Estamos vivemos um momento político em que a democracia brasileira está sofrendo um golpe. A nossa preocupação é com esse Congresso Nacional que rasgou um contrato assinado por 54 milhões de brasileiros que votaram na presidenta Dilma e não levou isso em consideração, portanto, isso mostra que a legislação trabalhista e a organização sindical estão sob ameaça, porque se eles tomarem gosto por esse tipo de prática a gente vai viver em uma ditadura disfarçada. Quem viveu na ditadura sabe que os trabalhadores não tinham direitos, o cenário era como na letra de Cazuza: “Vivíamos da caridade de quem nos detesta”.
Portal FENTAC: Em um eventual governo Temer, que anunciou políticas de retrocessos à classe trabalhadora, como os trabalhadores na aviação devem reagir?
Lemos: Não devemos temer a “Temer” e nem a qualquer medida que esse eventual governo venha propor. A classe trabalhadora deve estar muita atenta porque será na renovação dos quadros da próxima eleição do Congresso Nacional e do Senado que poderemos mudar essa correlação de forças que existe hoje, cuja a maioria dos parlamentares não é pró trabalhadores. Devemos valorizar muito o voto, que nunca valeu tanto quanto a partir de agora.
Portal FENTAC: Dos pontos discutidos na Oficina de Planejamento da Federação qual questão você destaca mais relevante?
Lemos: Discutimos o perfil desse novo empresário do setor aéreo, que não está preocupado com a produtividade e nem com a geração de empregos. O interesse deles é baixar custos a qualquer preço, colocando o dinheiro especulativo deles. Eles são formados de parcerias de grandes fundos de pensões internacionais. Um exemplo é a Swissport, empresa internacional auxiliar, responsável pelo carregamento, descarregamento e limpeza de aeronaves, que pensava na produção e hoje quer baixar o custo em todo o mundo só para o empresário poder ganhar mais dinheiro. Por isso, é importante ocupar os espaços nestes fóruns e eventos internacionais do mundo do trabalho da aviação e fortalecer a nossa unidade para enfrentar esse capitalismo selvagem.
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Portal FENTAC: Como você espera ver a gestão da FENTAC em 2017?
Lemos: A Fentac está amadurecendo muito, estou gostando demais de como o Sérgio Dias (presidente da entidade) está conduzindo a Federação inclusive, nós aeroportuários, fizemos uma discussão no nosso Sindicato e se ele disputar a reeleição terá todo o nosso apoio.
(Por: Viviane Barbosa – Assessoria da Fentac/CUT)