Em primeiro lugar gostaria de dizer que o dia 31 de julho de 2013 definitivamente já faz parte da história da categoria aeroportuária. A mobilização e as manifestações que tivemos no dia de ontem significou uma demonstração de união e de objetividade que há muito tempo não era vista.
Uma luta onde profissionais de todos os cargos, tempo de casa, localidade ficaram ombro a ombro buscando resgatar nossa dignidade e combater injustiças. Eu, particularmente, coordenei a manifestação em Brasília, onde invadimos o prédio da diretoria da Infraero, fechamos a via de acesso ao aeroporto e fizemos um ato dentro do próprio aeroporto, embora o JK não seja mais da Infraero, entendo que continua sendo o palco do trabalhador aeroportuário/a.
Ontem, apesar de alguns aeroportos terem atingido 90% da categoria mobilizada, tivemos que escutar do ancora do Jornal da Band que pelo fato de não ter causado nenhum transtorno aos passageiros e usuários se nós realmente faríamos falta.
Neste caso a reflexão que faço é que se tivéssemos praticado vandalismo e atrasássemos os voos isso causaria todo tipo de comentário que a midia tendenciosa e de direita. Mas o pior estava por vir …
Já era noite quando fomos apunhalados pelas costas dentro do breu da escuridão. Ação própria de traidores e covardes. Me refiro à liminar buscada pela Infraero no TST e assinada pelo próprio presidente do Tribunal.
O Sindicato está tentando anular ou até mesmo questionar a restrição exagerada que nos foi imposta. Sabemos que é tarefa difícil, mas vamos nos empenhar.
Presidir o Sindicato Nacional dos Aeroportuários me deixa honrado e orgulhoso, mas neste momento aumenta muito a minha responsabilidade para com a categoria e as nossas famílias.
Por isso, convoco Assembleias Gerais em todo o Brasil para hoje, 01/08, às 10horas da manhã, onde nossos dirigentes deverão expor os princípios deste documento (liminar) que nos obriga a manter um efetivo de 100% dos Controladores de Tráfego Aéreo, 70% de Operações e Segurança e 40% das demais áreas.
Clique AQUI para ver a Liminar na íntegra.
Na noite de ontem informei ao diretor de Administração da Infraero que a nossa greve não reivindica apenas a correção salarial e aumento real de salário, mas queremos também que seja resolvido no Acordo Coletivo a ridícula situação dos salários dos profissionais de nível técnico superior, dos analistas superiores, dos critérios usados para ocuparmos funções na gestão, isso sem contar que a escolha de grupos privilegiados para determinadas tarefas e segregação profissional atingiram escandalosamente o descaramento de alguns gestores da Infraero.
Disse ainda que achei uma trairagem da direção da empresa e uma demonstração de falta de capacidade da própria Infraero continuar o diálogo com os trabalhadores sem a mediação do Judiciário. Disse a ele também que os trabalhadores ao retornarem aos seus postos de trabalho por conta da ação covarde como essa só fará com que o protesto continue, mas de forma individual e os efeitos serão sentidos pela empresa, mas não serão vistos.
Simbolicamente, disse a diretoria da Infraero a partir de agora vai começar a dançar com a mulher invisível e que esta está muito decepcionada com o seu par! E digo isso por que o trabalhador sabe que o momento não é de baixar a cabeça e muito menos de se intimidar.
Finalmente deixo uma mensagem do companheiro Che Guevara para colocarmos na nossa cabeça:
“Eles poderão tentar pisotear todas as flores do jardim, mas jamais conseguirão deter a primavera.”
A batalha está apenas começando. O importante é continuarmos unidos e focados que conseguiremos nossa vitória.