CAC Infraero é uma caca

A Infraero possui um setor chamado CAC (Central de Atendimento ao Cliente), vinculado ao RH, que atende os funcionários que precisam, por exemplo, de autorização para realizar exames médicos ou reembolso funeral.

Já há algum tempo, todavia, tanto o Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina) quanto a Ouvidoria da Infraero vêm sendo bombardeados por reclamações e denúncias de que a CAC não funciona, ou funciona precariamente. O grau de insatisfação dos aeroportuários com o serviço tem sido astronômico, afirma o Sina.

“Uma das missões da CAC é atender os trabalhadores da Infraero nas suas demandas, principalmente em relação a benefícios, folha de pagamento e outras necessidades. De uma forma geral, quem procura esse atendimento já está com sua vida pessoal alterada, seja precisando de um exame médico de urgência, ou porque recebeu o contracheque errado, ou precisa de apoio no pagamento de um funeral de um ente querido”, explica o presidente do Sina, Francisco Lemos.

“A CAC tem um sistema informatizado para os trabalhadores preencherem um formulário com suas demandas, o que até agiliza um pouco o atendimento, mas nem todos os trabalhadores têm facilidade em utilizar a tecnologia e isso, por si só, já segrega uma parte importante da categoria”, completa Lemos. O problema maior, no entanto, estaria no tempo de resposta às demandas levadas à CAC, independentemente do uso desse sistema. O serviço sequer dá prazo de resposta aos trabalhadores e deixa-os, muitas vezes, descobertos em momentos difíceis. Foi o que aconteceu com o próprio presidente do Sina, cuja mãe faleceu recentemente. Ele deu entrada na documentação para obter o auxílio-funeral via sistema e pagou a funerária com um cheque pré-datado para quinze dias. O cheque acabou ficando descoberto, o que gerou-lhe transtornos.

“Se isso aconteceu com o presidente do Sindicato, que tem acesso aos diretores e superintendentes da Infraero, imagina o tempo que leva para atender um funcionário que não tem esses contatos. E a reclamação é, principalmente, essa: o tempo de resposta da CAC é longo, não dão previsão de quando vão atender as demandas, e quando o trabalhador mais precisa de amparo da empresa se vê sozinho”, questiona Lemos.

Quando o Sina negocia com as empresas os acordos coletivos de trabalho, cujas cláusulas garantem os benefícios para os aeroportuários, o Sindicato espera que a empresa seja comprometida de fato, para que tais direitos alcancem a todos sem discriminação. “Diretores, superintendentes e sindicalistas têm, cada um a seu modo, mais facilidade para cobrar agilidade e eficiência. O trabalhador, em geral, não. Por isso, o sistema tem que funcionar melhor e para todos”, afirma Lemos.

Na última sexta-feira (16/9), Lemos conversou por telefone com o novo diretor de gestão da Infraero e cobrou, mais uma vez, melhorias no atendimento da CAC. “O discurso de levantar o moral dos funcionários da Infraero, defendido pelo novo presidente da estatal, Antônio Claret, passa por valorizar de verdade os funcionários da empresa. Se o comportamento da empresa continuar distante e insensível, nada vai mudar”, ressaltou Lemos. “O próprio diretor comentou que foi atendido mal durante seu exame admissional, mas o tratamento mudou quando ele disse que seria diretor da empresa”, conta Lemos. Na conversa, ambos chegaram a um consenso de que a CAC não está funcionando e precisa melhorar muito. “Esperamos que a CAC não seja uma caca, apenas esteja”, conclui o presidente do Sina.

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