Após leilão de aeroportos, aviação regional será foco, diz ministro

Após o fim do cronograma de concessões dos cinco maiores aeroportos do país, encerrado com o leilão de Galeão (RJ) e Confins (MG) na última sexta-feira, o governo vai focar a aviação regional. De acordo com Wellington Moreira Franco, ministro da Secretaria da Aviação Civil (SAC), as reformas e obras em 270 aeroportos regionais começam nos próximos meses.

“Vamos começar as obras o mais rápido possível. Estamos fazendo também intervenção em 20 outros aeroportos do país para melhorar a qualidade deles”, afirmou durante encontro realizado em São Paulo pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) nesta segunda-feira.

O ministro também disse que espera que até o fim do ano que vem os aeroportos licitados apresentem melhoras sensíveis em relação ao serviço oferecido pelos aeroportos antes das concessões.

“Não vão ser os estrangeiros na Copa, mas vocês vão perceber até o fim do ano a melhora”, disse.

Para Moreira Franco, a existência de consórcios diferentes nas concessões dos aeroportos de Guarulhos, em São Paulo, e Galeão, no Rio de Janeiro, é benéfica ao setor. O fato de haver dois operadores estrangeiros com grandes fatias nos consórcios, segundo o ministro, vai gerar competição entre os dois serviços.

“Temos duas grandes empresas no controle. O melhor operador do mundo vai controlar o do Rio de Janeiro e o melhor da Europa vai operar Confins. Soma-se a Invepar em Guarulhos e há um ambiente de grandes empresas competindo pelos passageiros”, afirmou.

De acordo com o ministro, era essencial que um operador não tivesse controle de mais de um aeroporto dos cinco licitados.

“A aviação passou a ser transporte coletivo. Em três anos o país vai atingir 250 milhões de passageiros por ano. As concessões vão permitir melhora na qualidade do serviço prestado, na segurança, na mobilidade e na rapidez do atendimento”, disse.

Congonhas

O ministro também disse que o aeroporto de Congonhas não será concessionado pelo governo federal. Um dos motivos apresentados por ele é o estrangulamento físico atual do aeroporto e as negociações com o governo municipal paulistano para usar o Campo de Marte para a aviação comercial.

“Quem vai comprar algo que não pode ampliar? Congonhas é o segundo maior aeroporto do país e está esgotado. O paulistano quer que se encontre uma solução para o sistema aeroportuário da cidade em geral. Congonhas está mais dentro da cidade do que o Santos Dumont, no Rio de Janeiro”, afirmou  o ministro.

Campo de Marte

Moreira Franco disse que tem reunião marcada com o prefeito paulistano Fernando Haddad para discutir a situação do Campo de Marte — atualmente registrado como área de sítio aeroportuário, onde é vetado o uso da aviação comercial em larga escala. No entanto, ele não revelou quando será a reunião.

“A prefeitura não tem muita capacidade de gerenciamento sobre o Campo de Marte. Está na hora de pensarmos o quadro geral da oferta física das condições aeroportuárias na cidade de São Paulo. O que se tem é muito pouco e Congonhas está sangrando, é preciso ampliar a oferta”, disse, mostrando a intenção do governo federal em utilizar o Campo de Marte como um aeroporto para a aviação comercial.

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