Aéreas querem obras só em intervalo entre voos

Aéreas pedem que obra na pista do aeroporto de Confins ocupe intervalos entre voos internacionais

Por Pedro Rocha Franco para Estado de Minas

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As companhias aéreas que usam o aeroporto internacional Tancredo Neves, em Confins, negociam com a Infraero que as intervenções na pista sejam feitas nas janelas (ou buracos, como são chamados os intervalos entre pousos e decolagens) entre voos internacionais. Em uma reunião em Brasília, na terça-feira, 03/09,as empresas apresentaram uma contraproposta em relação ao plano inicial, já descartado, que estabelecia a redução do tamanho da pista em tempo integral por aproximadamente quatro meses. A ação, necessária para que seja feita a obra de ampliação da pista poderia acarretar na suspensão dos voos diretos para Miami (EUA), Lisboa (Portugal), Cidade do Panamá (Panamá) e Buenos Aires (Argentina).

O encontro, no entanto, ainda não selou um acordo entre as partes. A proposta em discussão é que as obras sejam feitas entre as 23h e as 6h ou as 6h30, segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas/Abear. É o horário em que o fluxo do terminal é menor e as condições de voos para as aeronaves mais pesadas são mais adequadas, devido às condições climáticas. Em pauta também está a possibilidade de ser feita alteração na ordem das intervenções. Com isso, a redução da pista não seria feita no período de maior fluxo do ano – Natal e Ano Novo. Nova reunião deve ser feita até a semana que vem para que o martelo seja batido.

Iniciadas em fevereiro, as obras da pista serão concluídas em agosto do ano que vem. Serão acrescidos 600 metros aos 3 mil existentes. O pátio de aeronaves também será ampliado, dos atuais 113 mil metros quadrados para 369 mil metros quadrados (com previsão de terminar em abril do ano que vem). Mas, para isso, a Infraero diz ser necessário interditar uma parte da pista. Até julho, 11,57% das intervenções tinham sido realizadas.

Enquanto isso, as obras de melhoria no terminal de passageiros mantêm ritmo lento. O início da reforma completa dois anos este mês e até agora somente 27,73% do orçamento foi executado, o que dificulta a conclusão dentro do prazo (abril do ano que vem). A Infraero já instalou três novas pontes de embarque e dois elevadores e entregou as obras de acesso viário e de estacionamento. Em contrapartida, as obras nas vias de acesso ao aeroporto se encontram em ritmo acelerado.

Novo sistema vai reduzir o tempo de voo

A partir de 2015, os aeroportos Carlos Drummond de Andrade (Pampulha) e Internacional Tancredo Neves (Confins) irão adotar novo modelo de navegação. O sistema, que será adotado a partir de dezembro nas unidades de Rio de Janeiro e São Paulo e funciona em Brasília e Recife desde 2010, permite aos pilotos usar satélites na etapa de aproximação dos terminais, em vez de equipamentos via rádio. A metodologia, entre outros, reduz o tempo de voo, o que garante menor consumo de combustível e redução da emissão de gases poluentes.

As alterações nos aeroportos cariocas e paulistas já serão suficientes para encurtar os trajetos até os aeroportos da Grande BH. Assim, os voos que saem dos terminais do Galeão e Santos Dumont (no Rio) e Congonhas, Viracopos e Guarulhos (em São Paulo) gastarão menos tempo até os maiores aeroportos do Sudeste. A redução de tempo será possível com a adoção de rotas mais diretas. No caso do trajeto de Congonhas até Brasília, por exemplo, serão 11 minutos e 30 segundos a menos em relação ao tempo atual. A ponte aérea Rio-São Paulo será feita em 36 minutos, contra os 44 minutos gastos atualmente. O Departamento de Controle de Espaço Aéreo/Decea, órgão ligado à Aeronáutica, ainda não fez as simulações para Confins e Pampulha. Números da Gol apontam redução de custo de R$ 178 milhões em cinco anos.

Segundo o coronel aviador Gustavo Adolfo Camargo de Oliveira, do Subdepartamento de Operações do Decea, pelo planejamento, a implantação em Belo Horizonte e Vitória (ES) pode ficar para 2015 por causa da Copa do Mundo. Os controladores de voo estão em treinamento e o esforço é para que os terminais mais movimentados possam estar aptos a sustentar as mudanças com o aumento de demanda no período de jogos.

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