Por João José Oliveira para Valor Econômico
Companhias aéreas, operadores de aeroportos e representantes do setor público vão montar esquema especial para evitar um apagão gerencial durante a Copa do Mundo, de 12 de junho a 13 de julho de 2014.
O plano, que está sendo conduzido pela Secretaria da Aviação Civil (SAC), é colocar na sala em que já opera o Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, pelo menos um integrante de cada um dos envolvidos no transporte aéreo do País: aéreas, operadores privados de aeroportos, Infraero, Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), Polícia Federal, Receita Federal, além de órgão fiscalizadores de alfândega como Anvisa e Vigiagro.
A equipe vai dividir uma mesma sala montada com recursos tecnológicos que permitam despachar em minutos processos que chegam a demorar dias em uma operação de rotina, como pedidos de voo extra, alteração de rota ou cancelamento de voo. “Esse tipo de demanda vai ser comum durante a Copa”, disse o diretor de segurança e operações de voo da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Ronaldo Jenkins.
O que as aéreas demandam é maior flexibilidade para cancelar voos e incluir novas rotas conforme a demanda construída pelo andamento da competição. Esse processo de cancelamento de voo ou pedido de horário extra pode durar dias. Em situação normal, a companhia aérea faz a demanda junto ao aeroporto, para checar se há infraestrutura (pista e terminal) capaz para receber o voo extra.
Durante a Copa das Confederações, o número de trabalhadores na operação aérea do país saltou de 2,2 mil para mais de 3,9 mil pessoas, incluindo o pessoal da Polícia Federal, Anvisa, Receita, Vigiagro, Anac e operadores de aeroportos das cidades-sede.
Mas na Copa, a escala da operação será bem maior. Conforme aponta a Fifa, há um salto de 16 para 32 em dias de evento. Os voos das seleções de futebol aumentariam de 54 para 250. O Ministério do Turismo projeta a participação de 600 mil turistas estrangeiros e outros três milhões de viajantes domésticos trocando de cidades durante o mês de Copa.
A Abear também pede a abertura à noite, ao longo da madrugada, dos aeroportos centrais paulista e carioca durante a Copa. “É uma situação especial que demanda ações especiais”, disse Jenkins. Ainda não há resposta a essa demanda.